sexta-feira, 14 de julho de 2017

"... Onde esperança falta, lá me esconde Amor um mal, que mata e não se vê. Que dias há que n'alma me tem posto um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê..."

Há coisas... Há coisas que escondo. 

E nem sei se o esconder aqui é aplicável, pois o que eu faço é tirar certas coisas da vista, mas sei exactamente onde estão.


Morreu um menino na semana passada, com cancro... O enterro foi hoje, e foi a primeira vez que voltei a ver um caixãozinho branco, depois de, pelo menos, um ano. 
Aquela foto, da tua urna, está escondida. Sei exactamente onde ela está, mas não me atrevo a vê-la.
Pois ela consegue provocar em mim sentimentos tão diferentes uns dos outros que às vezes sinto que a única maneira de demonstrá-los é a arrebentar numa explosão de gritos, choro e risos!
Torna-te real. Estavas ali dentro. Às vezes penso, se eu tivesse ido ao teu funeral... A tua urna não ia ali, não sei se me iam conseguir separar daquele objecto, daquilo que carregou-te quando já não podias estar dentro de mim.



Não sei o que foi feito ao pouco que sobrou de ti, e isso corrói-me por dentro...
Existem tantas coisas que eu teria feito de maneira diferente se soubesse o que viria depois, Nô...
Hoje não está a ser um dia fixe... Longe, muito longe disso.



Beijinho da mãe, Pipocas...
Daqui até ao céu! ❤️